domingo, 22 de junho de 2008

A grande certeza da vida

Essa semana um amigo íntimo da minha família faleceu.
Não se sabe, de fato, o que aconteceu, mas suspeita-se de assassinato.
Vocês devem estar pensando "ela é doente? por que diabos está postando para falar isso?"
Há um motivo.

A gente cresce ouvindo que a "morte é a única certeza que temos nessa vida", porém a única coisa que temos certeza é a que menos estamos preparados.
Nunca paramos para pensar na morte, em como ela está colada à vida, sempre pensamos que só acontece com pessoas distantes.
Aí alguém próximo falece, e só então paramos para pensar "que a vida não vale nada".
Seria interessante se a gente pensasse mais sobre a morte, conversasse sobre ela quando ela não está acontecendo, ou quando ela acabou de acontecer.
Acaba sendo menos difícil (notem, menos difícil e não mais fácil) aceitar os fatos quando se pensa que ela pode acontecer a qualquer momento, a surpresa é, ligeiramente, menor.
Por isso, lembre-se que essa história que "a vida não vale nada" é conversa fiada.
A vida vale quanto você fez ela valer. Suas atitudes, suas amizades, seu legado, suas boas e más ações, tudo isso é o que diz se valeu ou não a pena.


Uma dica, viva como se não houvesse amanhã pois de fato não há, esse é um dos clichês mais clichês - só não vence de "eu te amo, e não existe outras palavras que digam o que eu sinto" - e ambos possuem uma carga de sinceridade MUITO grande.

Viva sua vida com toda a intensidade que ela lhe exigir, chore, ria, lembre, se lambuze, veja filmes bestas, abrace seus filhos (se tiver), abrace seus pais (se eles ainda estiverem com você), diga eu te amo, coma chocolate sem peso na consciência, veja um pôr-do-sol, olhe para a lua, admire as estrelas, visite a praia, ouça música alta, escreva sobre seus sentimentos, peça desculpas, tire fotos, faça vídeos, diga eu te amo, tenha amigos. E faça isso antes do fim (do próximo ou do seu). Não deixe para daqui a pouco, pode não dar tempo.


Façam o possível para não pensar em como as coisas poderiam ter sido se a pessoa tivesse vivido mais um dia, pois quando ela não viver mais, você só terá para pensar em tudo o que viveram juntos, e acreditem, é uma droga ficar imaginando como poderia ter sido.




Ps: Demorei muito para decidir se postava mesmo isso. Eu tenho uma visão estranha da morte, as pessoas podem não aceitar mt bem, mas.... 

5 comentários:

A. disse...

Pessoas morrem todos os dias e nem por isso nos sentimos mais ou menos tocados por isso. Mas, como vc disse, quando é uma pessoa próxima a coisa muda de figura.
Morrem milhões em tufões, tornados, acidentes de avião, de carro, de moto, de morte natural, de câncer, de tiro, enfim, de td. Mas ainda assim, por mais que todos os dias o noticiário nos lembre que a morte é parte de td, nós insistimos em ignorá-la.

O motivo para tanto descaso com a garota, é o simples fato de ser desagradável, por mais que saibamos que ela está ali. E que na vida a única coisa que é certa é a morte. Não é nada confortável chegar para um amigo e falar:
E aí?! Já pensou em como evitar a sua morte?
ou então:
Do que vc achar que vai morrer cara?!

A morte, como o próprio nome já diz, é bem o fim de td... E falar do fim de uma coisa que ainda tem um provável futuro é bem estranho.

E o fato é, por mais que se fale, que se veja, que se conviva com a morte, nós nunca estamos preparados p. ela.

Não vai ser um diálogo mais aberto qeu vai mudar isso. Sabe aquele lance da teoria e prática? Pois então, ele se aplica a morte tb.

e é isso.

(L)
;***

João Henrique disse...

Realmente a morte é uma das únicas coisas que ao mesmo tempo que é completamente normal, é completamente difícil de ser aceita.
Acho que o ser humano é muito fraco psicologicamente: depende muito das pessoas que estão em volta.
Não que isso seja um defeito, por que isso que nos torna humanos, isso que demonstra o quanto nós precisamos uns dos outros.
E esse é um tabu que é impossível de vencer.
E a cada passo que a ciência dá no sentido de evitar a morte, é um passo que a sociedade dá para trás no sentido de compreender e aceitar a morte de alguém.
Mas, infelizmente, a gente tem que aprender a lidar com isso.

:\

N. disse...

Wow...
Não sabia que vc tinha blog. Então, quando vi o link no seu orkut e resolvi dar uma vistadinha, qual é o primeiro assunto que eu vejo?
Aimeudeus! Era exatamente sobre isso que eu tava conversando com uma amiga hoje...Às vezes eu fico pensando:qual o sentido de viver? Todos nós vamos ter o mesmo fim, com o detalhe de que uns vão mais cedo do que deveriam e outros vão até tarde demais! Mas eu fico pensando também...Se eu me apegar a essa idéia, eu não vou viver, não como deveria. Não vou aproveitar tudo de maravilhoso que a vida tem a me oferecer e vou morrer sem ter vivido de fato.
Eu concordo plenamente com tudo isso que você disse no seu post, a morte pode vir a qualquer momento e talvez seja menos doloroso se nós estivermos "preparados" e sem pendências.
^^''
Beijo Thandy, até o fim das férias!
;*

Luh Barreto disse...

Eu tinha uma visão muito diferente da morte antes de trabalhar no hospital.
Pensar nela sempre estava vinculado a um simples pensamento: 'ai credo'!
Ver o 'meu' primeiro paciente morrer foi muito chocante pra mim. Não que não seja mais mas, hoje, percebo que a morte é uma parte importante da vida.
Para alguns pacientes a morte serve de incentivo para querer viver. Para outros ela já é o destino desejado. [Morbido?! Talvez, mas real].
É muito bonito e impressionante 'ver' a força das pessoas que melhoram e saem de lá prontas 'pra outra'. Mas é também muito bonito ver pessoas que sabem que não ter mais muito tempo [ps: e alguém sabe?!], que sabem que não terão alta, viver com toda a intensidade de seus corações o resto de vida que lhes resta.
Concordo que temos que pensar mais na morte enquanto temos, digamos, uma vida saudável. Mas pensar não no lado ruim, das perdas, do luto e da dor. Mas sim, pensá-la como algo que é inerente da vida, inevitável na nossa existência e, acima de tudo, que é um caminho que vai de encontro com a paz e com descanço da alma.

;****
(L)

ps: uma indicação... leia qlqr livro de Allan Cardec e um livro chamado 'perdas necessárias' de Judith Viorst. ;)

J.Lobo disse...

"Viva sua vida com toda a intensidade que ela lhe exigir, chore, ria, lembre, se lambuze, veja filmes bestas, abrace seus filhos (se tiver), abrace seus pais (se eles ainda estiverem com você), diga eu te amo, coma chocolate sem peso na consciência, veja um pôr-do-sol, olhe para a lua, admire as estrelas, visite a praia, ouça música alta, escreva sobre seus sentimentos, peça desculpas, tire fotos, faça vídeos, diga eu te amo, tenha amigos. E faça isso antes do fim (do próximo ou do seu). Não deixe para daqui a pouco, pode não dar tempo."

Minha amiga, isso realmente foi digno de Chaplin.

Pessoas morrerem sempre é fato.
E concordo com você, deveriamos pensar mais na morte, para vivermos melhor.
Não pensando, nos prendendo nela, mas pensando em como sermos saudáveis e inteligentes o bastante para seguir certos parâmetros para nos fazer viver mais.

Como isso tudo aí que você falou.
E não do tipo de "já que um dia eu vou morrer, vou consumir drogas mesmo"

Que a morte, possa não ser uma justificativa.
Mas sim que ela possa ser encarada como uma coisa não evitável, porém nem por isso razão pra ajudá-la a chegar mais cedo. E nem mais tarde.

Devemos saber que ela exite, como disso, mas não devemos viver em função disso :]


Como já dizia Shakespeare:
"Portanto plante seu jardim e decore a sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores."

:]
E principalmente, acreditar em Deus, e em seu filho Jesus Cristo.
Porque Ele veio para que tivéssemos vida, e vida em abundância!

Um graaande beijo!
E fiquei maravilhado ao ver que meu link (que inclusive mudou agora) no seu blog, tá escrito como "inspiração".

Fica na paz!